quinta-feira, 29 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

um pedaço do meu paraíso




É indescritível o que eu sinto quando vejo imagens assim. Meu olho brilha, certeza. Sou muito criança pra essas coisas. Vou à sorveteria e o meu potinho é todo colorido. Enquanto todas as pessoas - os adultos, pelo menos - estão com o potinho monocromático, o meu está com o sorvete azul de algodão doce, com o rosa de chiclete e com o verde de pistache. Vou direto nos coloridos, de criança. Pra beber é a mesma coisa. Adoro bebidas com curaçau, por exemplo, porque são lindas! Um azul que me faz querer beber. Adoro raspadinha, bala, chiclete de todos os tipos (principalmente aqueles redondos que ficam na máquina), doces coloridos e sucos igualmente coloridos, bem artificiais. Ah, e existem quatro lugares onde, se me largarem, fico horas e horas. Uma livraria, uma papelaria, uma loja de brinquedos e uma loja de doces. E nem vou mencionar parques de diversão e afins.

E aí, algum diagnóstico ou caso perdido mesmo?

domingo, 25 de julho de 2010

Tu e eu

Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só crescer
até dar pé.
Eu não sei aonde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa.
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy.
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albinônico.
Tu, fão.
Eu, fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico.
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
e eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou o penitente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu, cano.
Eu, clidiano.

Dizes na cara
o que te vem à cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.

(Luis Fernando Verissimo)


expect nothing

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O grande e o pequeno

Todo caso de amor tem sempre um grande e um pequeno.
Alguém um dia falou, em francês, que em todo caso de amor il y a toujours celui qui aime et celui qui se laisse aimer. É mais ou menos a mesma coisa. O pequeno ama, o grande se deixa amar. O grande fala, o pequeno ouve. O grande discorda, o pequeno concorda. O pequeno teme, o grande ameaça. O grande se atrasa, o pequeno se antecipa. O grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Não é uma questão de gênero. Existem homens pequenos e homens grandes, mulheres grandes e mulheres pequenas. O temperamento e as circunstâncias influem, mas não determinam. O grande pode ser o mais bem-sucedido dos dois ou não. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é o mais esperto, mas existem pequenos espertíssimos. Depende do caso.
Como ninguém descobriu, até hoje, uma regra que permita determinar qual é o grande e qual é o pequeno, só observando o casal mais atentamente.
Na rua, o que anda distraído quase sempre é o grande.
Quase sempre, no cinema, o grande só decide comprar pipoca depois que os dois já estão acomodados nas poltronas. O pequeno, então, fica esperando, vigiando, tomando conta para o filme não começar antes de o grande voltar, o que, por algum motivo, seria uma tragédia.
Numa festa, o pequeno deve estar ansioso para que a noite seja boa, principalmente se foi ele que sugeriu o programa. O grande se comportará de maneira indiferente até se deixar embriagar pela música, pela bebida ou pelo ambiente, quando então ficará muito mais animado do que o pequeno. Mesmo que o pequeno dance bem, o grande sempre dançará melhor. O pequeno evita o silêncio porque tem certeza de que a culpa é dele, por isso sempre tem arquivados na cabeça assuntos que possam ser úteis em todas as ocasiões. A calça nova do pequeno dificilmente lhe cai tão bem quanto a do grande, assim como o cabelo do grande está sempre melhor do que o pequeno, ainda que a festa inteira pense exatamente o contrário. O pequeno geralmente se comove com a Lua calado, enquanto o grande aponta, olha só a Lua. No final da festa é sempre o pequeno que quer ir embora, reservando o melhor da sua alegria para o resto da noite, enquanto o grande se despede dos amigos displicentemente.
Mais tarde, o pequeno é macho, é gueixa, é desgraçado, é exclusivo e, se o coração do grande por acaso ouvir seus gritos, que sorte. No dia seguinte o pequeno estará inevitavelmente preocupado: será que eu fiz tudo certo? Acho que eu não devia ter dito aquilo. Por que toda vez sou eu que beijo primeiro? Na dúvida, vai correndo procurar o grande, apesar de ter se prometido que nunca mais faria isso.
O grande e o pequeno podem ser de qualquer espécie, inclusive bichos, com exceção dos gatos, que são todos grandes.
Não necessariamente formam um casal. Não é só nas histórias de amor que existem grandes e pequenos. Havendo mais de um, um par qualquer, dois adversários, dois irmãos, dois amigos, sempre haverá o que quer mais e o que quer menos, o fascinante e o fascinado, o generoso e o pedinte.
Mas como tudo pode acontecer, senão nada disso ia ter graça, a qualquer momento, por alguma razão, geralmente à noite, imprevisivelmente, o grande pode ficar pequeno, e o pequeno ficar grande de repente. Basta um vacilo, um acaso, um cair de tarde, um olhar mais assim, um furacão, uma inspiração, uma imprudência.
Quando isso acontece, é comum o pequeno ficar maior ainda, o que torna automaticamente o grande ainda menor. O ex-pequeno, logo que é promovido a grande, pode se vingar do ex-grande, se o seu sofrimento tiver boa memória. Aí, coitado do novo pequeno, vai se arrepender de cada não beijo, cada não telefonema, cada não noite de insônia, cada não desespero, cada não entusiasmo, cada não carinho inesperado, indispensável, inevitável, imprescindível, cada não todas as palavras apaixonadas em qualquer língua do mundo. Ele vai se surpreender com a reviravolta, no começo, mas vai se conformar com sua nova condição de pequeno em seguida. E então vai seguir, cuidadoso e desastrado, na quase inútil intenção de conquistar o grande urgentemente.
(Adriana Falcão)


quinta-feira, 22 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

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"É o que me põe apaixonado numa mulher: o pratinho do
vaso. O que é sem graça, o que somente protege, mas que é
confidente das raízes. O quanto ela é capaz de estar ao seu lado
sem que necessite imortalidade. O quanto me torno observador
das inutilidades. Falei inutilidades, pois é, não errei a digitação,
quem ama conserva as inutilidades. Os interesseiros e
ambiciosos guardarão as informações essenciais como nascimento
e medidas.Veja se um homem a quer quando se interessa
por aquilo que não gera interesse. O fútil é o fundamental. No
momento em que o desejo não descobre o que é importante e
preserva tudo." (Carpinejar)


terça-feira, 6 de julho de 2010

Há!



HAHAHA Cara, essa tirinha é muito boa. Adoro! Que aliança na taça de champagne que nada. O negócio é ser original, nénão?

E eis que a madrugada surpreende. Surpreende no cheiro. No papo gostoso. Surpreende nas possibilidades. Gosto um tanto da madrugada. E gosto assim. Quando tira do eixo. Quando mexe, mesmo.


Hoje, só amanhã.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

meu (ótimo) gosto

Estava pensando sobre pessoas que me atraem. Porque, dizem, meu gosto é péssimo. Mas não é bem isso.
Noite no bar. O papo cai em uma pessoa pública com corpo "bonitopadrãosociedade". Digo isso porque, pra mim, não é tão bonito. E todo mundo concorda que é lindo. Menos eu. E aí as pessoas me olham descrentes, e eu fico com fama de ter mau gosto. Mas não concordo com isso. É que não me interesso pelo que a maioria das pessoas se interessam. Só isso.
Tipo: ah, aquela pessoa lá é gostosa, tem um corpo lindo, bunda e sei lá mais o que.. aí eu olho e penso: foda-se. Não ligo pra isso. E não é hipocrisia nem nada. Eu realmente não ligo. Talvez por eu ser muito mais auditiva do que visual (sim, eu fiz o teste). Mais até do que não ligar, não me atrai. Prefiro as pessoas diferentes do padrão. Acho mais interessante. Curto as imperfeições. Curto o natural. Sinal, geralmente, de que o cérebro é mais exercitado. E, isso sim, me atrai. Converso com a pessoa. E é esse jeito com que ela fala sobre as coisas que me atrai ou não. É a paixão sobre qualquer que seja o assunto. É o olhar. O tom da voz. O jeito de falar. Os movimentos. Todo um conjunto de reações que me deixa encantada. Me importo com o rosto, sim. Os olhos, o sorriso. Mas não é uma atração física, exatamente. Gosto de como olha, de como sorri. São as reações que eu admiro. Os pormenores. Os detalhes. 
Só queria falar sobre isso porque as pessoas acham que meu gosto é ruim e isso e aquilo. Mas eu, particularmente, acho meu gosto ótimo. É o que importa, afinal. Padrões, corpo, físico coisa e tal, é o de menos. As pessoas são bonitas por um série de outras coisas. Tão mais interessantes, aliás.

Concluindo, tenho bom gosto.
E não se fala mais nisso.
;)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Carpinejar

iG: O que você acha que as pessoas querem num relacionamento hoje?
Fabrício Carpinejar:
Hoje você tem que estar equilibrado, todo mundo quer ter seu próprio espaço, ninguém quer se misturar, se mesclar. É claro que é legal respeitar a solidão do outro, mas há um individualismo que de certa forma não faz a gente querer um amor, mas uma amizade. Não queremos nos desesperar por alguém, queremos mesmo é evitar o sentimento extremado. Se você pode sair e voltar a qualquer hora, se você tem o controle do que você pede num relacionamento, isso é tudo menos amor. Os relacionamentos hoje são mais acordos do que entregas, mas na verdade queremos alguém que possa nos reconhecer.

iG: Você acredita que as pessoas estão procurando mais segurança do que amor? 
Fabrício Carpinejar: As pessoas deviam fazer seguros de vida para não confundi-lo com amor. Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle. Mas aí o que fazemos? Amamos com limite para não sofrer. Mas eu prefiro muito mais quem se ilude a quem é cético; precisamos desta ilusão que é justamente aceitar o risco que estamos correndo.

(matéria completa: http://delas.ig.com.br/amoresexo/a+vez+das+ciumentas/n1237687903307.htm)




Sem palavras.
Sei nem mais o que pensar, viu. Quanto mais o que dizer.
Fico na beirada do muro, hora pendendo pra um lado, hora pro outro.
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Mas vamo que vamo!