terça-feira, 28 de setembro de 2010

pode me largar, que eu tenho pressa

"...não sigo o fluxo, faço o caminho que me parecer mais justo 
fala baixo que eu escuto
eu pressinto tudo o que você não quis dizer
então pode me largar, pode sair da frente
eu sei que sou diferente
mas é assim que eu gosto,
entende?"



domingo, 26 de setembro de 2010

.

assistiam ao pôr-do-sol. sentados na grama, era como se mais nada existisse. pelo menos para ele. nem se preocupava em identificar uma ou outra mulher interessante, como normalmente faria. não agora. seus olhos estavam fixos nela. interessados no blá blá blá de alguma história que ele já tinha - obviamente, nesse momento - perdido metade. isso não costumava acontecer, mas seus olhos estavam mais bonitos ainda naquela luz. não conseguiu se concentrar. percebeu que ela parara de falar e estava em silêncio há algum tempo. silêncio que podia - se ela reparasse bem - revelar suas intenções. para não arriscar, resolveu preenchê-lo.
- sabe, vi um comentário dia desses que diz que, após os 25 anos, todos estão procurando uma chance de recomeçar a vida amorosa, de se livrar do passado amoroso e começar de novo.
- ué, mas será que não existem pessoas que não têm um passado amoroso mesmo com essa idade?
- acho que não. mas se houver alguém sem esse passado, bagagem, traumas, defesas, eu queria ser apresentado a ela.
ele sabia que ela se colocaria na situação. pensou que talvez fosse mesmo essa a intenção.
- o que estamos vivendo é tão difícil assim?
- ah, não sei...
arriscou, mas sabia que não escaparia assim tão fácil.
- me diz no que está pensando?
- ah, queria que fosse diferente, em outra época, que tivesse acontecido antes de virarmos essas pessoas de mais de 25 precisando recomeçar.
- eu também.
silêncio. não gostava do silêncio porque sempre acabava se precipitando e falando mais do que devia. ela sabia disso.
- não quero entrar na sua confusão. apesar de querer. não quero.
não devia ter falado. 
- então é isso?
não era isso. não era nem perto disso. queria entrar no que fosse e ver aonde ia dar.
- o que você acha?
- não sei.. não sei direito o que fazer. a única coisa que tenho certeza é que o que temos me faria falta. mesmo na minha confusão. porque, na minha cabeça tumultuada e no meu coração que falta um pedaço, você entrou. e mesmo sem ocupar a parte faltante e nem resolver o tumulto, você está lá, presente, desviando meus pensamentos, mesmo que por alguns instantes. você me diverte, me instiga, me faz acordar. e isso é aliviante. mas... o que você quer fazer?
queria beijá-la naquele momento. odiava o jeito com que ela voltava sempre a pergunta pra ele. queria beijá-la e dizer que tudo ficaria bem, que fariam como ela quisesse, com as condições que precisasse. queria falar que queria ficar com ela, não importava exatamente como. mas ao invés disso, silenciou. reparou nos seus olhos, que pediam uma alternativa. pesou os fatos. pesou os sentimentos. concluiu que pularia de cabeça. mesmo sofrendo tudo de novo o que sabia que sofreria. bem sabia. mas já não se importava tanto assim. começou a falar.
- quero fic...
parou. de repente, mil toneladas pareceram invadir seus pensamentos. a frase meio dita voltou para dentro da boca, impedida de continuar. se falasse aquilo, se abrisse seus sentimentos daquele jeito, o que ela iria pensar? como iria entender aquilo? sabia, por experiência, que entre a palavra falada e o que é entendido existe uma grande lacuna. e se ela pensasse que ele estava apaixonado demais? e se ficasse com medo disso e se afastasse? sabia que ela estava confusa, não queria assustá-la. não queria que ela entendesse mais do que se havia para entender. mas podia acontecer. e ele sabia que nada do que falasse ou explicasse depois mudaria o primeiro entendimento. ficou, ele próprio, com medo. decidiu não arriscar. afinal, o racional é sempre mais indicado. e ele dissimulava bem, era ótimo nisso. ela não perceberia.
- ah, eu não sei. faça o que achar melhor. por mim, tudo bem. vamos embora? já é noite.
- ah, sim. vamos.




*inspirado em uma espécie de documentário sobre o filme "comer, rezar, amar". pois é. talvez por isso esteja ruim. rs


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

mentira?

hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
exijo respeito, não sou mais um sonhador
chego a mudar de calçada
quando aparece uma flor  

e dou risada do grande amor
 

mentira...

sábado, 18 de setembro de 2010

tudo por acaso

eu sei
tudo por acaso
tudo por atraso
mera distração
eu sei
por impaciência
por obediência
pura intuição

ninguém vai
saber de nada
eu sei
pelo sentimento
pelo envolvimento
pelo coração
eu sei
pela madrugada
pela emboscada
pela contramão

ninguém vai
saber de nada
eu sei
por qualquer poesia
por qualquer magia
por qualquer razão
eu sei
tudo por acaso
tudo por atraso
mera diversão

ninguém vai
saber de nada
eu sei...

domingo, 12 de setembro de 2010

sábado, 11 de setembro de 2010

Beer


E aí, organismo, quando é que eu vou começar a adorar esse treco? Cerveja, digo.
Estou no processo há tempos. Com japonês foi bem mais rápido. Digo, japonesa. Comida japonesa.
Bem que cerveja podia ser tipo, azul, né. Ou ter um gosto não tão amargo. Mas não vou desistir ainda. Vou gostar dia desses...
Como diz a Carlinha, confirma pra mim, produção?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010

de repente...

ah vai, me diz o que é o sossego
que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
e se o tempo for te levar
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

por que você me deixa tão solto/por que você não cola em mim/tô me sentindo muito sozinho/não sou nem quero ser o seu dono/é que um carinho às vezes cai bem/por que você me esquece e some/e se eu me interessar por alguém/e se ela, de repente, me ganha?

né?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010